Em livro, ex-primeira-dama Rosane Malta revela uso de magia negra
durante mandato de Collor
Em
entrevista a jornal, Rosane Malta antecipa detalhes do livro que lançará nesta
semana.
Collor ao lado de Rosane após deixar a Presidência da República em
1992Wilson Pedrosa/Estadão Conteúdo
e outras fotos.
Quando tomou posse
Depois que tudo aconteceu
Rosane Malta na igreja nos dias de hoje e antes com Collor
A ex-mulher de Fernando Collor de
Melo, Rosane Malta (ex Rosane Collor) lançará, no próximo dia 4 em Maceió,
livro sobre o período que viveu a ascensão e a queda do político. Em entrevista
à jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, ela revelou algumas
histórias que conta no livro - com grande potencial de se tornar mais um
escândalo envolvendo o ex-presidente e hoje senador pelo PTB de Alagoas.
O livro Tudo o que Vi e Vivi, da
editora Leya, tem 222 páginas. Entre as temáticas, volta à cena as informações
sobre os rituais de magia negra. Em uma das partes, ela descreve o “trabalho”
que teria sido encomendado a uma mãe de santo alagoana para que o apresentador
Silvio Santos não fosse concorrente de Collor na disputa à Presidência nas
eleições de 1989.
Em um dos trechos citados na
entrevista da ex-primeira-dama, o ritual é descrito da seguinte maneira:
“consistia em colocar uma espécie de amuleto, que chamam de azougue, dentro da
boca de sete defuntos recém-enterrados”.
Silvio Santos tentou ser
candidato à Presidência em 1989 pelo PMB (Partido Municipalista Brasileiro).
Mas a alguns dias da eleição, foi constatado que seu registro tinha
irregularidades e a candidatura foi impugnada pelo TSE (Tribunal Superior
Eleitoral).
A Casa da Dinda, mansão onde
Collor vivia com a esposa era o cenário dos rituais de magia negra descritos
por Rosane: “Quando tudo acabava, ficava uma sujeira danada, sangue espalhado”,
conta.
Durante o mandato de Collor, a
Casa da Dinda se tornou um dos itens do escândalo de corrupção que culminou no
impeachment do presidente mais jovem do país.
Collor e Rosane ficaram casados
durante 22 anos, mas tiveram uma separação conturbada. Por ter casado em regime
de separação total de bens, ela não teve direito ao patrimônio do
ex-presidente.
No livro, ela aborda a riqueza do
ex-marido após o impeachment e diz que ele possui automóveis esportivos das
marcas Ferrari e Maserati, além de um Porsche novo. Rosane ainda alfineta
afirmando que o lucro das empresas de Collor e o salário de senador não seriam
capazes de alavancar o padrão de vida do político.
Impeachment
No dia 2 de outubro de 1992,
Collor foi afastado da Presidência até que o Senado concluísse o processo de
impeachment. No primeiro capítulo do livro, Rosane descreve a cena na qual ela
e o ex-presidente descem de mãos dadas a rampa do Palácio do Planalto deixando
para trás o cargo para o qual foi eleito apenas três anos antes.
Segundo informações da coluna de
Mônica Bergamo, Rosane escreve “Levante a cabeça. Seja Forte” sobre o diálogo
que teve com o ex-presidente neste dia.
Hoje, Rosane diz que virou
evangélica e se afastou completamente da magia negra. Ela diz que escapou
da “maldição do impeachment”.
Desde que o processo foi
concluído, pessoas morreram ou perderam a sua riqueza. Por exemplo, Pedro
Collor, irmão e autor das denúncias que deram início à investigação contra o
irmão Fernando Collor, teve câncer no cérebro e morreu no dia 19 de dezembro de
1994. A mãe dos dois, Leda Collor, teve uma parada cardíaca chegou a ficar mais
de dois anos em coma e morreu em 25 de fevereiro de 1995. O tesoureiro da
campanha do ex-presidente nas eleições de 1989 e grande pivô da CPI que
culminou com o impeachment, Paulo Cesar Farias, o PC, também morreu assassinado
ao lado da namorada em um episódio cercado até hoje de muitas dúvidas.
Sem filhos
Após a morte da mãe, Collor e
Rosane foram morar em Miami. Tempos depois ao vender a mansão nos Estados
Unidos, ele não deu metade do dinheiro a ex-mulher, quebrando, segundo ela, um
acordo entre os dois.
Os dois nunca tiveram filhos.
Rosane conta que chegou a fazer tratamento com Roger Abdelmassih, especialista
em reprodução assistida e que hoje está preso condenado por crimes sexuais contra
pacientes. Ela conta que entrou em depressão após sofrer um aborto de uma
gravidez de gêmeos.
Rosane Malta foi a segunda esposa
de Fernando Collor. Antes, ele havia casado com a socialite Lilibeth Monteiro
de Carvalho, herdeira do Grupo Monteiro Aranha, e teve dois filhos. Em 2006, o
ex-presidente voltou a casar novamente com a arquiteta Caroline Medeiros e tem
duas filhas gêmeas com ela.
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