por Samuel Gonçalves
A
Globo se preocupa com o indivíduo, a Igreja também deveria.
Nova
campanha da emissora nos ensina a focar na pessoa por trás dos números
Após a enxurrada de críticas recentes que recebeu
por conta de matérias tendenciosas, a rede Globo, emissora mais influente do
país, decidiu mudar de estratégia. Na semana passada, lançou a campanha
“100.000.000 de uns”, onde tenta dizer que está preocupada não com a “massa” da
audiência sem nome e sem rosto, mas com cada um daqueles que ligam a TV no
canal todos os dias.
Acredito
que há uma lição a ser aprendida aí. Quando eu era pequeno, as igrejas
evangélicas não eram tão numerosas no Brasil, éramos uma minoria. Os pastores
valorizavam cada visitante que vinham aos cultos e celebravam cada nova
conversão.
Com a popularização dos programas de TV
evangélicos, as grandes cruzadas e o uso incessante da internet, parece que não
há o mesmo interesse no indivíduo. A igreja perdeu, via de regra, a preocupação
com o indivíduo. Em muitas denominações não existem mais rol de membros, as
pessoas entram e saem dos cultos sem que saibamos seus nomes.
Quando Jesus esteve na Terra sempre mostrou uma
preocupação em conhecer seus seguidores. Ele os chamava pelo nome, em muitos
caos conhecia suas famílias e, acima de tudo, procurava ouvir suas
necessidades. Em Marcos 10, ele fala com o cego Bartimeu e pergunta: “Que
queres que Eu te faça?” (v 51). Em João 5 conversa com o homem no
poço de Betesda, indagando “Queres ser curado? (v.6).
Esses
são dois bons exemplos quando o Senhor não olhou para a multidão, olhou para o
indivíduo, para a pessoa como ela é. Muitos passaram e viram o cego pedindo e o
enfermo esperando ajuda e os ignoraram. Aqui está um grande desafio para a
igreja, olhar os “uns”, não a massa disforme que enche os templos nos cultos.
É impossível para os pastores atenderem com o mesmo
tipo de dedicação a todo mundo, eu sei, mas acredito que aqui entra a reflexão
sobre o ministério individual de cada cristão. Responda rapidamente, nos
últimos cultos que você foi, conversou com os visitantes? Procurou saber as
necessidades deles, ofereceu para orar com eles ou mesmo visitá-los?
A
conta que a rede Globo faz é que ela atinge quase metade da população
brasileira diretamente, e o restante de forma indireta, quando as pessoas
comentam o que viram de sua programação. Se as estimativas estão certas, somos cerca de 50 milhões de evangélicos
atualmente
Aplicando a mesma lógica, poderíamos dizer que
somos “50 milhões de uns”, e João 10:3 diz que Jesus chama a cada um pelo nome.
É tempo de refletir, se os filhos das trevas são mais prudentes que os filhos
da luz (Lc 16:8) deveríamos perceber que no mundo pós-moderno e cada vez mais
virtual, o amor de Deus continua sendo individual e intransferível.
Que a Igreja possa lembrar disso e oferecer a cada
indivíduo do país notícias melhores que as transmitidas pela Globo, afinal
“evangelho” significa “boa notícia” e ela nunca fica velha. Deus amou a cada um
de tal maneira que deu seu filho para
morrer em nosso lugar e perdoar nossos pecados, que cada “um” no Brasil possa
saber disso por cada “um” que forma o corpo de Cristo neste país!
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