Eleições 2014: confira o desempenho dos principais candidatos evangélicos
O desempenho dos candidatos
evangélicos nas eleições deste ano ficou marcado por reeleições estrondosas,
como a do pastor Marco Feliciano, e derrotas significativas, como as de Marcelo
Aguiar e do ex-boxeador Popó.
O pastor Marco Feliciano (PSC)
foi quarto candidato mais votado, com 398 mil votos, 186 mil votos a mais do
que em 2010, quando recebeu 212 mil. Alvo de muitas críticas por parte dos
ativistas gays, Feliciano conseguiu projeção nacional defendendo o direito de
se manifestar contra a homossexualidade e as tentativas da militância LGBT de
impor uma “mordaça” aos cristãos através do polêmico PLC 122.
Em São Paulo, outros nomes de
expressão no meio evangélico que se candidataram tiveram sucesso em suas
tentativas de se manter como deputados federais.
O pastor Paulo Freire (PR),
filho do pastor José Wellington Bezerra da Costa, foi reeleito com mais de 111
mil votos. Outro pastor reeleito foi Roberto de Lucena (PV), da Igreja O Brasil
Para Cristo, com pouco mais de 67 mil votos, assim como a jovem Bruna Furlan
(PSDB), ligada à Congregação Crista no Brasil, que teve 178 mil votos, mais de
70 mil a menos do que em 2010, quando teve em torno de 250 mil. Já o
missionário José Olímpio (PP), apoiado pelo apóstolo Valdemiro Santiago, foi
reeleito com mais de 154 mil votos.
O assembleiano Gilberto
Nascimento (PSC) teve 120 mil votos, e volta a ocupar um cargo na Câmara dos
Deputados após seis anos. Uma aposta do PSC para conquistar votos era o
cirurgião plástico doutor Robert Rey, conhecido como Dr. Hollywood. Ele recebeu
21,3 mil votos e não foi eleito.
No Rio de Janeiro, os
candidatos evangélicos Clarissa Garotinho (PR), Eduardo Cunha (PMDB), Arolde de
Oliveira (PSD), Benedita da Silva (PT), Marcos Soares (PR), apóstolo Ezequiel
Teixeira (SD) foram eleitos para ocupar uma cadeira na Câmara dos Deputados nos
próximos quatro anos.
O deputado federal João Campos
(PSDB-GO), foi reeleito para mais um mandato na Câmara dos Deputados. Campos
ficou conhecido por ser o autor do projeto de lei que pretendia derrubar um
artigo do Código de Ética do Conselho Federal de Psicologia que proíbe os
profissionais da área de prestarem atendimento a homossexuais que os procurem
pedindo orientação para abandonar a prática. O projeto foi apelidado de “cura
gay” pela mídia, e arquivado posteriormente.
O deputado federal Anthony
Garotinho (PR-RJ), que optou por não concorrer à reeleição e tentar um mandato
à frente do governo do Rio de Janeiro, liderou boa parte das pesquisas no
estado, mas na reta final, perdeu espaço e acabou fora do segundo turno das
eleições, cedendo lugar ao atual governador, Luiz Fernando Pezão (PMDB) e ao
bispo Marcelo Crivella (PRB), senador licenciado.
A filha de Garotinho, Clarissa,
conquistou 335 mil votos e ficou atrás apenas do polêmico Jair Bolsonaro (PP),
aliado da bancada evangélica e detentor de 464 mil votos. Bolsonaro terá a
companhia do filho, Eduardo, na Câmara dos Deputados, pois ele foi eleito para
seu primeiro mandato como deputado federal por São Paulo, com mais de 82 mil
votos.
Outro integrante da bancada
evangélica que não foi reeleito é o cantor Marcelo Aguiar (DEM), pastor da
Igreja Renascer que teve 65 mil votos mas não alcançou um índice suficiente
para voltar à Câmara. A psicóloga cristã Marisa Lobo (PSC-PR) obteve 14,9 mil
votos e não conseguiu ser eleita deputada federal por seu estado.
No Distrito Federal (DF), o advogado e pregador assembleiano
Matheus Sathler (PSDB), autor da proposta de criação do “kit
macho” como forma forma de “prevenir o homossexualismo”, não foi
eleito deputado federal. Sathler obteve apenas 1.415 votos, ficando na
66ª posição. O parlamentar eleito com a menor votação no DF foi Laerte
Bessa (PR), com 32,8 mil votos.
Marina Silva
A candidata do PSB à presidência
novamente ficou em terceiro lugar nas eleições, quebrando seu próprio recorde
de votos obtido em 2010, quando havia sido a terceira colocada mais bem votada
da história do país. Desta vez, Marina obteve 22,1 milhões de votos (21,3% do
total de votos válidos), superando os 19,6 milhões de votos recebidos há quatro
anos.
Marina assumiu a cabeça de
chapa da coligação Unidos Pelo Brasil após a morte de Eduardo Campos, no dia 13
de agosto. Como era candidata a vice, a indicação de Marina pelo PSB foi vista
como natural pelos analistas políticos, levando em consideração seu histórico
político e seu desempenho nas pesquisas de intenção de voto no primeiro
semestre deste ano.
Após a indicação, Marina subiu
nas pesquisas e chegou a obter, numa simulação de segundo turno, 10 pontos de
vantagem sobre Dilma Rousseff (PT), marcando 50% das intenções de voto, contra
40% da presidente que tenta a reeleição. Com pouco tempo de TV e alvo de um
“marketing selvagem” do PT contra sua candidatura, Marina aos poucos foi caindo
nas intenções de voto e terminou fora do segundo turno, cedendo lugar a Aécio
Neves.
Pastor Everaldo
O candidato do PSC à
presidência, apoiado por líderes evangélicos como os pastores Silas Malafaia e
Marco Feliciano, além do senador Magno Malta (PR-ES), chegou a atingir 4% das
intenções de voto nas pesquisas no começo da campanha.
No entanto, a ascensão de
Marina Silva à disputa levou boa parte do eleitorado evangélico a optar por
votar na missionária assembleiana, que demonstrava ter mais chances de vencer o
pleito. Ao final da apuração, Everaldo Dias Pereira teve pouco mais de 780 mil
votos em todo o país, somando 0,75% dos votos válidos, e ficando atrás
inclusive da candidata Luciana Genro (PSOL-RS), que somou 1,6 milhão de votos,
1,55% do total.